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Minha história no mundo das viagens

Sempre tive uma ligação muito forte com o mundo das viagens.
Mesmo tendo sido criada em uma cidade de 17.000 habitantes eu sempre quis mais, sempre quis ir mais longe.
Nunca tive um sonho de uma profissão específica e sempre tive essa vontade de viajar, mas não sabia como unir essas duas coisas, até que chegou a hora do vestibular.
Eu teria que escolher uma profissão.
Escolhi o Turismo, quase que aleatoriamente.
Mas um aleatório, que hoje faz total sentido pra mim, já que não me imagino fazendo outra coisa.
Na faculdade, eu concorri a uma bolsa para passar 1 mês estudando espanhol na Espanha, mas infelizmente não consegui.
Mas aos 19 anos eu convenci a minha mãe, de que eu queria muito fazer um intercâmbio.
Eu que nunca tinha viajado de avião, que não falava inglês, que tinha um namorado na época e que nunca tinha ficado longe da família.
Hoje quando paro pra pensar nessa fase da minha vida, vejo que existem ideias, energia e até mesmo forças, que dominam a gente, e que não sabemos de onde vem.
Quando me olho naquela época, me achava muito imatura e ao mesmo tempo muito corajosa, sem medo de encarar os desafios que a vida nos oferece.

Em 2007, fui para os Estados Unidos fazer o Work and Travel por 4 meses.
Já saí do  Brasil com um emprego garantido, seria hostess em um restaurante de comida japonesa.
Tirei minha CNH por conta desse emprego, fiz uma entrevista de 28 minutos por skype totalmente em inglês, queria muito que ela tivesse sido filmada, porque não entendo como fui contratada na época, porque não falava nada e ainda consegui manter 28 minutos de entrevista.rs
Mas ao chegar em Orlando e trabalhar por 2 dias, me deparei com o primeiro obstáculo, eu teria que fechar o restaurante e não teria transporte para voltar para casa depois.
E quando vi isso, foi na prática, foi no momento em que o dono do restaurante me perguntou como eu voltaria para casa e aí que me dei conta de que não sabia.
Ele e sua esposa, foram dois anjinhos da guarda e me levaram. Costumo dizer que quem viaja sozinho, sempre tem um anjo da guarda a tira colo.
Cheguei em casa e comecei a chorar. Não sabia como fazer no dia seguinte.
Na verdade eu sabia, aquele emprego não seria pra mim.
Mas em meio a crise de 2007 dos EUA, eu me reinventei e saí distribuindo meu application em todos os cantos da cidade, até que consegui um novo emprego, em uma padaria brasileira.
Pois é, foi uma enorme oportunidade e também uma gigantesca zona de conforto, pois lá eu falava praticamente o português e “portunhol”, já que o público alvo era de latinos.
Conheci pessoas incríveis e aprendi muito, mas não aprendi o inglês da forma que eu gostaria.

 

E eis que um belo dia, caí de paraquedas na Snowmass Turismo, a agência que trabalho até hoje e onde comprei o meu intercâmbio.
Me lembro, de quando cheguei na agência, para comprar o Work and Travel e tinha uma menina, bonita, de social, sentada na mesa e falando sobre esse mundo das viagens.
Talvez essa cena tenha ficado no meu subconsciente.
E me lembro perfeitamente também da sensação de trabalhar lá desde o início.
Uma sensação muito gostosa e leve. Primeiro por conta das pessoas e depois pelo trabalho em si.
Eu fui vendo, o quão vasto era o caminho que eu podia trilhar e além de ver, eu fui vivenciando , através das minhas próprias viagens, o quão sensacional é investir em si mesmo através das viagens.
O tanto que você abre a sua mente.
O tanto que você amadurece.
O quanto é grandioso aprender a dar valor para o seu país, sua comida, sua casa , sua família e os seus amigos, sim, muitos de nós , precisamos estar longe para valorizar.
O quão “perfeito” é esse mundo com todas as suas imperfeições.

Fui fazendo do meu trabalho, um lugar cada vez mais especial e mais presente na minha vida.
E além de tudo isso, de todos os benefícios que fui sentindo na pele, eu fui descobrindo que eu, de alguma maneira, estava proporcionando as mesmas sensações para os meus passageiros.
E cada vez que eu recebia o feedback deles, suas experiências, eu ia me sentindo mais realizada ainda.

E através do meu trabalho, eu tenho e tive oportunidades ímpares. Que quando paro para pensar, vejo que quase caíram no meu colo quase que sem querer sabe? Sem querer nada! Mérito por toda dedicação e profissionalismos que busco diariamente.

Enfim, todos os convites que recebi, não deixei passar quase nenhum. Depois dos EUA, fiz mais um intercâmbio de 1 mês em Londres ( cidade que me surpreendeu demais e me fez ficar apaixonada!), fui para o Peru, fiz mochilão na Europa, conheci a Índia , Emirados Árabes, fui para Cuba, África, Tailândia, Porto Rico, Patagônia Argentina e Chilena, grandes cidades de alguns estados do Brasil, passei uma noite em um cruzeiro e alguns outros destinos.

Não gosto de ficar listando os lugares que conheci, pois acredito que a qualidade dos dias vividos em cada um, conta muito mais do que uma lista com vários países.

De uma coisa eu tenho certeza, você pode se conhecer melhor e se transformar quando está viajando. E esse caminho é o que eu escolhi para continuar seguindo , até quando eu não conseguir mais.

Viajar é investimento. Viajar é autoconhecimento. Viajar transforma!

 

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