Janela_do_Ceu_Ibitipoca
Roteiros

O que fazer em Ibitipoca em 1, 2 ou 3 dias

O Parque Estadual do Ibitipoca é um parque florestal localizado na Zona da Mata Mineira, mais precisamente no município de Lima Duarte, a 294km de Belo Horizonte, 238km do Rio de Janeiro e 415km de São Paulo. A unidade de conservação tem uma área de 1.488 hectares e é uma das mais visitadas de Minas Gerais, uma das mais conhecidas do Brasil e a principal atração turística da região.

Lá você pode explorar as belezas não só da Mata Atlântica, como também dos campos de altitude, com seu clima ameno e sua paisagem diversificada, formada por grutas, montanhas, cachoeiras, mirantes, picos, formações de quartzo, além de praias e piscinas naturais. Outro atrativo de Ibitipoca é o fato de que ela possui uma fauna riquíssima e é casa para cerca de 40 espécies, como o logo guará, a onça parda e o macaco guigó (ou sauá). Diversas exemplos da flora também são encontradas por lá, como orquídeas, bromélias, candeias, líquens e samambaias. Muitas dessas espécies estão ameaçadas de extinção ou são endêmicas, ou seja, existem somente naquela região geográfica, o que é ocasionado devido a barreiras físicas, climáticas e biológicas.

Ibitipoca tem atrações incríveis, como a Ponte de Pedra, a Janela do Céu, a Gruta dos Três Arcos, o Pico do Pião e o pico da Lombada, que também é conhecido como Ibitipoca, tem 1.784 metros de altitude e oferece uma vista panorâmica inigualável. Para explorar melhor o Parque, selecionamos roteiros com 1, 2 ou 3 dias pra facilitar sua jornada. Para você entender a área, saiba que ela é subdividida em três circuitos: o das Águas, da Janela do Céu e o do Pico do Pião. O Parque em si é relativamente pequeno, mas com muitas atrações a cada passo. Ele fica aberto de 7h às 18h e a entrada é limitada a 1200 pessoas. O valor é de R$10 durante a semana e R$20 nos finais de semana e feriados. O estacionamento custa R$20 e comporta apenas os 50 primeiros carros que chegarem. Eles costumam abrir exceções para idosos, gestantes e deficientes, mas não arrisuqe e chegue cedo. Se o Parque atingiu a sua lotação máxima e não estiver permitindo a entrada de mais ninguém, o que é relativamente comum, eu listo aqui também algumas opções extras que são oferecidas nos arredores.

Foto destaque: Marcos Lamas

Vamos agora entender um pouco sobre cada um dos circuitos:

 

Circuito das Águas

É o menor circuito, com cerca de 7km que se espalham de forma circular entre as atrações no entorno das águas avermelhadas – ou cor de Coca-Cola – originadas do Rio do Salto. O roteiro exige menor esforço e é marcado principalmente pela Cachoeira dos Macacos, o Lago das Miragens e dos Espelhos, além da Ponte de Pedra, uma formação natural feita pelo Rio que cavou uma passagem pela rocha.

Cachoeira dos Macacos Ibitipoca Mundo em Prosa

CACHOEIRA DOS MACACOS | Foto: Paula Avarenga (Eu Amo Ibitipoca)

 

Lago das Miragens Ibitipoca Mundo em Prosa

LAGO DAS MIRAGENS | Foto: Tatiana Paz (Eu Amo Ibitipoca)

 

Ponte de Pedra Ibitipoca Mundo em Prosa

PONTE DE PEDRA | Foto: Paula Avarenga (Eu Amo Ibitipoca)

Como é um circuito, você pode escolher o sentido a se pegar. Uma boa opção é começar pelo Lago das Miragens e percorrer o rio até a Ponte de Pedra. Desça bem, passe pelos mirantes até a Cachoeira dos Macacos, aprecie a vista lá de cima, veja a Pedra Quadrada e então começe o caminho de retorno por cima, onde você pode avistar por outro ângulo os lugares já percorridos.

Mas lembre-se que tudo o que desce, depois sobe! Por isso o Chinha, um guia local espetacular e experiente, sugere que fica mais suave se você fizer a subida com a possibilidade de se banhar. Dessa forma, a partir do restaurante, vá para a Praia das Elfas, que esconde uma surpresa muito especial: a possibilidade de, a partir dela, se chegar pela água no Lago Negro, o antigo Tibum! Depois visite a Ducha, volte para a trilha até o Lago dos Espelhos, pegue um pouco mais de trilha e começe a descer o circuito, passando por cima do Paredão de Santo Antônio, até chegar à Cachoeira dos Macacos. Na volta, passe por baixo da Ponte de Pedra e suba margeando o Rio, passando pelo Lago das Miragens. Quem sabe você não anima de se aventurar na Gruta dos Gnomos? Mas atenção: é uma gruta molhada e é recomendável ir com um guia.

 

praia das elfas Ibitipoca Mundo em Prosa

PRAIA DAS ELFAS | Foto: Lúcio Barros (Eu Amo Ibitipoca)

 

Ducha Ibitipoca Mundo em Prosa

DUCHA | Foto: Lúcio Barros (Eu Amo Ibitipoca)

 

Pico do Pião

Como a região possui muitas formações rochosas, a terra é improdutiva. Por isso, lá no século 18, os fazendeiros locais doaram para a Cúria o terreno que hoje chamamos de Parque. A Igreja construiu, lá no alto do Pico do Pião, a Capela do Senhor Bom Jesus da Serra, que hoje está em ruínas e conserva apenas seu altar.

Esse circuito tem 11km de trilha, sendo 5km até o Pico, que fica a 1.720m de altitude e permite uma vista 360º das montanhas de Minas. Outro grande atrativo é a Gruta dos Viajantes, acessível através de uma escada que te leva a um túnel de 300 metros, permitindo a saída pelo outro lado.

Pico do Pião Ibitipoca Mundo em Prosa

PICO DO PIÃO | Foto: Lúcio Barros (Eu Amo Ibitipoca)

 

Pico do Pião Mundo em Prosa Ibitipoca

PICO DO PIÃO | Foto: Lúcio Barros (Eu Amo Ibitipoca)

 

Pico do Pião Ibitipoca Mundo em Prosa

PICO DO PIÃO | Foto: Lúcio Barros (Eu Amo Ibitipoca)

 

Os primeiros 1,8km a partir do restaurante são em comuns com o Circuito da Janela do Céu. É aí onde fica a Gruta do Monjolinho, que faz parte de ambos circuitos. Após aproximadamente 660m, você chega na bifurcação sinalizada que separa os circuitos. Desse ponto até a Gruta do Pião, que é a primeira atração, são 900m de subida. É um trecho mais puxado, devido ao esforço e a falta de atrações.

Dessa forma, a sugestão de roteiro é:

  • Partindo do Restaurante, siga até a Gruta dos Monjolinhos por  1,87km
  • Gruta dos Monjolinhos até Bifurcação dos 2 circuitos: 600m
  • Bifurcação até a Gruta do Pião: 900m
  • Gruta do Pião até o Pico do Pião: 1,14km
  • Pico do Pião até Gruta dos Viajantes : 400m

Total  aproximado: 10,2km

 

Janela do Céu

São 16km para conhecer o cartão postal do Parque Estadual do Ibitipoca. A trilha é marcada por longas subidas, recompensadas pelo visual da piscina natural infinita que se forma na Janela do Céu. Esse ponto nada mais é do o topo das 7 Quedas, uma cachoeira enorme que se divide em sete quedas, mas que não é acessível pelo Parque. Esse circuito passa também pela Gruta dos Três Arcos e pela Lombada, o ponto mais alto do Parque, que fica a 1.784m de altitude.

Janela do Céu Ibitipoca Mundo em Prosa

JANELA DO CÉU | Foto: Sílvia Cordebelle (Eu Amo Ibitipoca)

Existem duas formas de fazer esse circuito. Como o das Águas, você pode escolher por onde subir e por onde descer. A sugestão mais comum é que se suba pelo caminho que leva até a Gruta do Monjolinho ao invés da Lombada. Assim você evita um pouco a subida – se é que isso é possível, rs. E aí na volta, você desce passando pela Lombada. Conforme abaixo:

Adotando a Gruta dos Monjolinhos como o trecho de ida, a distância é de aproximadamente de 7,8m, passando pela Gruta dos Coelhos, Prainha, Gruta dos Monjolinhos, Cachoeirinha e Janela do céu. Dessa forma você voltaria pelo trecho da Lombada, que possui 8,3km e desce passando pela Gruta dos 3 Arcos, Gruta do Moreiras, Lombada, Cruzeiro e Gruta da Cruz.

Porém, nosso experiente guia Chinha atua mais uma vez e recomenda o sentido contrário, como eu fiz e com certeza foi a melhor coisa. Subir pela Lombada pode parecer um contrasenso, já que aparentemente tem mais subida, enquanto que pelo Monjolinho ela é mais suave. Ok, mas aí temos 2 questões:
1. Quando se sobe pelo Monjolinho você caminha 10km, visita a Janela do Céu e na volta terá as opções de entroncamentos que te levarão às outras atrações, como as grutas. Aí, de acordo com a experiência do Chinha, a maior parte das pessoas já estão exaustas e acabam por optar em não conhecer essas atrações, o que é uma grande lástima. Ou seja, fazer a subida da maneira inversa é, de certa forma, uma falácia, pois o que você não sobe no primeiro trecho terá que fazer de qualquer maneira depois. A diferença é que indo pela Lombada direto você já mata a parte pior logo no início.
2. Mas o grande argumento que me convenceu a escolher essa opção na época, é um segredinho que só um bom conhecedor do parque saberia. E sem dúvidas foi o que fez a minha experiênca ser tão marcante como foi. Indo pela Lombada, ao chegar à Janela do Céu, na sua volta, você pode passar por um pequeno canion de 250m. Ele te permite fazer uma escalaminhada dentro da água e sair direto na Cachoeirinha. É uma opção radical e não recomendada para todos, já que exige algumas habilidades. Mas é maravilhoso e muito prazeroso! Além disso você economiza uma volta de 1,5km caso fosse até a Cachoeirinha por trilha. Ok, se você fizesse tudo isso no sentido contrário também poderia fazer essa parte do cânion da Cachoeirinha para a Janela. Porém pode ser muito arriscado, já que você faria isso no sentido descida e, já viu né? Pra baixo é mais complicado.
Sa resolver adotar essa 2ª opção fazendo o trecho da Lombada primeiro, o caminho te leva logo no início ao Cruzeiro, depois à Gruta da Cruz, até chegar à Lombada, depois de 4,5km de caminhada. Esse é o ponto mais alto do Parque. Depois disso você começa a descer, passando pela Gruta dos Moreiras e dos Fugitivos e saindo na dos Três Arcos. Aí você volta na trilha e segue até a Janela. Depois desce via Cachoeirinha, seja pelo canion ou por fora, e então segue as placas que direcionam até o camping.
Cachoeirinha Ibitipoca Mundo em Prosa

MIRANTE DA CACHOEIRINHA | Foto: Lúcio Barros (Eu Amo Ibitipoca)

 

Cachoeirinha Ibitipoca Mundo em Prosa

CACHOEIRINHA | Foto: Lúcio Barros (Eu Amo Ibitipoca)

 

Cachoeira da Pedra Furada

Apesar de estar oficialmente dentro do Circuito do Pião, para visitá-la é necessário percorrer um outro circuito, como se fosse uma quarta opção. No entanto ela é acessível apenas com um guia, por isso não se ouve falar tanto dela. Logo após o Monjolinhos, existe uma trilha que desce passando pela Catedral e Estirinha. É sem dúvidas a opção mais exclusiva do Parque. Você não encontrará tanta gente por esse circuito e, ao final dele, você pode passar pela parte alta do Circuito das Águas (Lago dos Espelhos e Lago Negro). Assim, você sairá no relógio. Então uma opção é um dia contratar um guia e fazer o Circuito das Águas mais completo ainda, incluindo essa opção. Digo o das Águas por ele ser mais curto e ainda ter a parte alta mais “em comum” entre ambos circuitos.
Cachoeira da Pedra Furada Ibitipoca Mundo em Prosa

CACHOEIRA DA PEDRA FURADA | Foto: Guilherme Cassini

Agora vão aqui algumas sugestões de roteiro. Você pode explorar o Parque conforme as sugestões abaixo, que vão variar de acordo com sua disponibilidade – e disposição!

 

Parque Estadual do Ibitipoca em 1 dia:

Considerando que você vá a Ibitipoca num final de semana e só terá o dia inteiro de sábado, eu pessoalmente recomendo fazer o Circuito das Águas mais completo. De repente contrate um guia ou peça informações mais detalhadas no Centro de Informações logo no início do Parque. Digo “mais completo” porque você poderia fazê-lo em apenas 2h, se concentrando em algumas atrações principais e deixando algumas entradas passarem despercebidas. Mas se você tem um dia só dedicado a esse circuito, vale a pena conhecer cada um desses atrativos. Apesar da Janela do Céu ser o grande cartão postal do Parque, para quem nunca foi a Ibitipoca, o Circuito das Águas revela mais os atrativos do lugar. Isso por que ele tem riquezas naturais, como cachoeiras e grutas, e outras atrações dispostas de uma forma mais concentrada. Além do que a Janela é um circuito bem mais puxado. Mas, se você estiver mais animado, é possível também fazer o Circuito das Águas mais Pico do Pião no mesmo dia.

 

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Parque Estadual do Ibitipoca em 1 dia e meio

Se você tiver um dia inteiro e mais meio dia, pode tentar fazer a Janela do Céu nesse primeiro dia e no segundo fazer o Circuito das Águas. No entanto você precisará de muita coragem para essa segunda etapa. O circuito não é tão pesado, mas o dia anterior na Janela do Céu é capaz de exaurir os menos preparados. No entanto essa opção abrange muito bem o que é o Parque caso você esteja com limitações de tempo. Fica a dica!

 

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Parque Estadual do Ibitipoca em 2 dias

Eu já fiz o Pico do Peão + Circuito das Águas em um dia, mas é puxado. Fazer isso num dia e Janela do Céu no outro fica complicado, a não ser pra trilheiros experientes. Mas é possível. Então a opção mais razoável é fazer o roteiro acima de 1 dia e meio porém com mais calma, aproveitando mais o Circuito das Águas e entrando em todas bifurcações, pois é sempre uma grande surpresa.

 

Parque Estadual do Ibitipoca em 3 dias

Sem dúvidas esse é o melhor dos mundos! O melhor mesmo seria poder voltar a Ibitipoca outras vezes, porque, embora com três dias você possa fazer um circuito por dia, isso é bem puxado – para pessoas “normais”, mas se você é trilheiro vai amar! Então, se tiver com disponibilidade, sugiro fazer o Circuto das Águas ou Pião primeiro e deixar a Janela do Céu por último. Não só por ser a cereja do bolo, mas também para que ela não te impessa de fazer os roteiros seguintes depois.

 

DICAS:

1. Independente do circuito escolhido, desbrave os detalhes do Parque. Entre onde as placas indicam, pois é sempre uma boa surpresa!

2. Especialmente na subida para a Janela do Céu, leve água e mantimentos, pois o caminho pode ser árduo, sem sombras e chances nenhumas de conseguir comida. Mesmo para todos os outros percursos, tenha isso e protetor solar sempre em mãos.

3. Chegue cedo, especialmente se for final de semana e feriado. Na Semana Santa, por exemplo, pode ser que às 8h e pouca o Parque já tenham atingido a sua lotação máxima.

4. Vão aí alguns contatos de guias que conheço pessoalmente e indico:

  • Chinha: um dos guias mais experientes. Tem muito conhecimento sobre a região e é também um apaixonado por esportes. Conhece cada plantinha e pedrinha escondida no Parque e possui também uma Land Rover que faz passeios no entorno. Sua empresa é a IbitiAçu Chalé e Ecoturismo. Telefone: (32) 98517-1001.
  • Gabriel: Também um dos guias mais experientes da região. Está sempre à procura de melhorias e profissionalização. É um dos fundadores da prática de rafting no Rio do Salto (mais um dos passeios alternativos ao Parque) e proprietário da agência Sauá, a única que atua na vila comercializando passeios. Telefone:  (32) 98404-3905.
  • Vitória: Uma apaixonada por Ibiti. Adotou a região como sua e ali vive há muitos anos, sempre em defesa da natureza e do Parque. A melhor opção se você procura um guia que também seja um amor de pessoa. Telefone: (32) 98402-8260

 

Que você tenha uma boa visita e, se tiver algua dúvida ou sugestão, deixe aqui. Beijos!

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