Depois de ter visitado alguns dos lugares mais icônicos de Berlim no 1º dia, como o Portão de Brandenburgo e o Memorial do Holocausto, é hora de conhecer um local turístico com um valor simbólico tão grande, que fez com que sua queda fosse notícia em todo o planeta. Sim, estamos falando do Muro de Berlim. Mas, no nosso segundo dia na capital da Alemanha, também vai haver espaço para relaxar. Vamos a um mercado turco, faremos um walking tour que vai passar pelas principais obras de street art de Berlim e conheceremos uma praia artificial às margens do rio Spree. Acredite, tudo no melhor estilo caribenho. Vamos começar?

 

2º DIA

As atrações de hoje serão:

• Mercado Turco
• Muro de Berlim
• Walking Tour Alternativo
• YAMM
• Alexander Platz
• Torre de TV

 

Mercado Turco (Türkischer Markt)

O Türkischer Markt, ou Turkish Market, como também é conhecido na tradução em inglês, é uma feira a céu aberto, que acontece todas as terças e sextas, das 11h às 18h30. Se isso não coincidir com o seu segundo dia em Berlim, tente se adaptar e vá lá em outra ocasião. Esse é um programa perfeito para manhãs. Lá existem centenas de barracas que vendem especiarias turcas, frutas e vegetais frescos, diversos tipos de queijos e de frios e até alguns itens para o lar. Mas nem tudo é turco, ok? O que não há o menor problema. É legal ir mesmo se for só para observar, mas se for comprar algo, tente chorar no preço. Dizem que muitos locais têm reclamado que o mercado tem se tornado turístico demais. Não foi o que achei quando estive lá. Inclusive o que mais gostei foi que pude circular em meio a famílias com bastante cara de local. Muitas delas formadas por jovens casais com crianças pequenas e todo mundo num estilo meio hiponga e natureba, sabe? Gosto disso! Como todo mercado de rua, você vai achar por lá comida boa e nem tão boa assim. Se aventure. Muitos artistas de rua também se apresentam no Türkischer Markt, portanto a dica é comprar algo pra comer, sentar no chão e ficar lá ouvindo um bom som. Para chegar lá é fácil. Pegue a linha U1 do metrô e desça na estação Kottbusser Tor ou a linha U8 e desça na estação Schönleinstrasse.

 

Muro de Berlim (Berliner Mauer)

Bom, se você não lembra da história vai aí uma revisão. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha derrotada foi dividida em quatro zonas de ocupação e cada uma delas ficou sob domínio de um dos países aliados: Estados Unidos, França, Inglaterra e União Soviética. Só que a capital Berlim ficava no meio do território sob domínio dos soviéticos. Como ela já era uma cidade importantíssima, acabou também sendo dividida entre os quatro aliados. Com o passar dos anos, o mundo mergulhou na Guerra Fria, que foi um período da história mundial em que Estados Unidos e União Soviética travaram uma batalha política e ideológica para defender o regime econômico em que cada um acreditava: o capitalismo, no caso dos americanos, e o socialismo, pelos soviéticos. Essa polarização acabou repercutindo também na Alemanha, já que cada país aliado quis implantar o regime que seguia na parte que lhe foi designada. Com o tempo, a Alemanha e a Berlim ocidentais prosperaram guiadas pelos princípios capitalistas, enquanto os lados orientais do país e de sua capital minguaram sob um regime ditatorial comunista. Com isso, as pessoas que viviam no lado “pior” passaram a tentar migrar para o lado “melhor”. Foi aí que da noite para o dia o regime soviético levantou o muro, separando famílias inteiras por 38 anos. Até que em 9 de novembro de 1989 ele começou a ser derrubado.

Hoje, alguns fragmentos do muro podem ser vistos pela cidade em lugares como a Potsdamer Platz e o Checkpoint Charlie, como falei no post sobre o que fazer no primeiro dia em Berlim. Mas o trecho mais famoso fica em uma região conhecida como East Side Gallery, na rua Mühlenstraße, ao longo do rio Spree, entre a estação de metrô Ostbahnhof e a ponte Oberbaumbrücke. Nos 1.316m de extensão dessa parte do muro existem cerca de 100 pinturas de artistas de diversas partes do mundo, formando uma verdadeira galeria a céu aberto. Todas essa pinturas possuem um apelo político muito forte, pois expressam sentimentos ligados à história do muro e aos acontecimentos daquele período. A obra mais famosa é o beijo entre Ronald Reagan e Mikhail Gorbachev. O local costuma ficar bem lotado de turistas e já te adianto que vai ser um pouco complicado achar um espaço pra tirar uma foto. Mas eu consegui a minha! Aqui vão alguns dos grafites que mais me chamaram atenção.

Uma informação interessante: em várias partes da cidade é possível ver no chão uma trilha de paralelepípedos com uma placa de ferro com a inscrição “Berliner Mauer 1961-1989” (Muro de Berlim 1961-1989). Isso mostra o percurso por onde o muro passava e a ideia em manter essa memória é fazer com que as pessoas jamais se esqueçam da história do muro e do que ele representava. De arrepiar, não?

 

 

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Walking Tour Alternativo

 

YAAM (Young African Art Market)

Esse tour acima costuma passar pelo YAMM (Young African Art Market – Mercado de Arte dos Jovens Africanos), uma espécia de praia artificial jamaicana que fica às margens do rio Spree e tem um bar que vende drinks e cervejas de várias partes do mundo, música boa, áreas de convivência, espreguiçadeiras na areia, quadra de futebol, playground e mais obras de grafite e street art. Se o tour passar por lá, beleza! Vai ser melhor porque a entrada é um pouco escondida e quase que te dá a impressão de você estar em uma vila cigana. Mas se o tour não for até o YAMM, peça informações ao seu guia e não deixe de visitar esse lugar – ele fica pertinho da East Side Gallery. A localização no Google Maps está aqui.

Eu já tinha conhecimento do YAMM porque a Didi Wagner foi lá com seu programa Lugar Incomum, do Multishow. Então eu tinha que vê-lo pessoalmente. De fato ele é um oásis no meio de Berlim e o ambiente lá tem uma multiculturalidade bem evidente, o que cria uma atmosfera muito gostosa. Inclusive, o barato do YAMM é que ele também tem um aspecto político e social, pois os responsáveis pelo local promovem vários eventos que contribuem pela coexistência pacífica de jovens de diversas origens. Enfim, vá lá!

 

Alexander Platz

A Alexanderplatz é uma das praças mais conhecidas de Berlim e ponto de integração dos principais meios de transporte da cidade, já que linhas de metrô, trem, ônibus e bondinho passam por lá – inclusive cuidado para não ser atropelado, pois o movimento é grande. As atrações do local são a Torre de TV Fernsehturm – falo dela no próximo item -, o grande relógio Urania-Weltzeituhr, a loja de departamentos Galeria Kaufhof, a loja de eletrônicos Saturn, o shopping center Alexa, além de vários restaurantes, redes de fast food, drogarias e etc. É interessante notar que muitos dos prédios do local seguem o estilo arquitetônico das construções do regime comunista. Essa inclusive foi uma impressão geral que tive de Berlim. Como a maioria das atrações fica na parte leste da cidade, isso faz com que grande parte da Berlim que a gente visita tenha um certo aspecto de anos 80. Isso contradiz um pouco a imagem que a gente tem da Alemanha, que é um país moderníssimo e uma das grandes potências mundiais. Curioso, não?

 

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Torre de TV (Fernsehturm)

A Berliner Fernsehturm, ou simplesmente Torre de TV, é a estrutura mais alta da cidade e uma das atrações mais visitadas de Berlim, recebendo cerca de 1 milhão de visitantes por ano. Ela foi construída entre 1965 e 1969 com o objetivo de representar o triunfo do socialismo. Inclusive a forma da esfera no alto da torre foi inspirada no satélite soviético Sputnik. A Fernsehturm tem 368m de altura e elevadores que levam até uma plataforma de observação, que fica dentro de uma esfera de aço a uma altura de 203m e de onde se tem uma vista panorâmica de toda a cidade. Lá existe um café e restaurante, que fica sobre uma plataforma giratória, ou seja, enquanto você come alguma coisa, o espaço vai girando lentamente e a vista que você tem da parede envidraçada vai mudando. A visitação ocorre diariamente, mas os horários variam de acordo com o período do ano. De março a outubro, é de 9h às 24h. De novembro a fevereiro é 10h às 24h. O ingresso padrão custa €13. Outros tipos de ingresso estão disponíveis aqui. A Berliner Fernsehturm é tão alta, que pode ser vista de diversos pontos de Berlim, como mostro nas fotos abaixo.

Esse foi o nosso roteiro para um segundo dia em Berlim. No nosso post sobre o terceiro dia planejei para você uma ida ao parque Tiergarten, um tour pelo Parlamento Alemão, um pitstop para uma cervejinha em mais uma praia artificial, um passeio de barco pelo rio Spree, uma visita ao Museu da DDR e um pub crawl pelos bares underground de Berlim. Vamos lá?

CONTINUAÇÃO: BERLIM EM 4 DIAS – O QUE FAZER NA CAPITAL DA ALEMANHA (3º DIA)