Foto: Divulgação Casa Blanca
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O dilema Marroquino: Marrakesh ou Fez + dúvidas frequentes

Marrocos é um país rico em paisagens, cultura e atrações turísticas, mas sabemos que o tempos é limitado, então muitas vezes ao preparar uma viagem pra esse país, nos deparamos com o grande dilema Marroquino, Marrakesh ou Fez? Além dessa complicada decisão, temos algumas outras dúvidas frequentes que surgem, por isso selecionamos algumas pra você se decidir melhor sobre como melhor explorar o Marrocos.

 

Marrakesh ou Fez?

 

Marrakesh é sexy, Fez é tradição!

Fez fica aos pés da Cordilheira das Atlas Mountain, tem a universidade mais antiga do mundo e os locais afirmam ser a maior e mais preservada Medina também, ela faz parte do Patrimônio Mundial da Unesco desde 1981. É a capital cultural e espiritual do Marrocos, tendo sido política no passado, portanto, com Rabat e Marrakesh, é considerada uma das 3 cidades Imperiais do Marrocos e a 3ª cidade Santa do Islã (seguida apenas de Meca e Medina). A cidade se divide em 3 partes:  O Fes el-Bali que é a cidade antiga e ainda habitada, o Fez el-Jdid é um bairro judeu construído no século XIII mas considerado como cidade nova pelos locais e o Ville Nouvelle que é a parte moderna.

Medina Fez

Entrada da Medina de Fez. Foto: Carleton

 

Marrakesh é conhecida como a “cidade vermelha”, também aos pés da Cordilheira (porém mais ao Sul), possui o maior souk  (mercado tradicional) de Marrocos, e uma das mais movimentadas praças da África, a Jemaa el Fna, por onde se adentra para os souks, abriga acrobatas, músicos e barracas de comida.

 

Praça Jemaa El Fna- Marrakech

Praça Jemaa El Fna- Marrakech

 

A primeira vez que fui ao Marrocos, me deparei com esse dilema e tive que optar por uma dessas cidades, lembro que considerei uma atitude até madura na época optando por Fez, já que Marrakesh é mais trendy e atraente mas queria muito conhecer o souk e aqueles caldeirões onde se curte o couro em Fez (provável influência de O Clone rs).

Então eu fui pra Fez e não me arrependi, fiz um passeio de 1 dia inteiro guiado passando pelos labirintos da Medina, seus encantos e odores (aí é porque cheguei ao curtume!). Depois uma visita a um simples atelier de cerâmica onde pudemos observar um senhor fazendo no torno as belas peças e ladrilhos, finalizando com um almoço num Riad com direito a comidas típicas e dança do ventre, foi muito bonito!

Já a segunda vez em Fez pude explorar mais os arredores a pé e tive dificuldades em me encontrar na Medina, em compensação, me hospedei em um Riad, que só por ele já quero voltar, foi no Palais De Fès Dar Tazi bem na porta da Medina com uma incrível vista pra Cidade Velha, com seus espetacular terraço e restaurante, pude apreciar o entardecer diante aquela imensidão de casebres monocolores ao som do chamado pra reza, foi de arrepiar e sem dúvidas quero voltar! Uma cidade com seus encantos e mistérios…

Vista para a Medina de Fez

 

Enquanto Marrakesh é sedutora…  É a cidade onde quase tudo tem cor de adobe, é exótica, é o paraíso turístico dos europeus (principalmente franceses que tem o privilegio da língua) que vem se deliciar no belos hotéis luxuosos, palacetes e Riads, desenvolvendo assim, a gastronomia e as atrações da cidade. Os hotéis são sem dúvida, uma experiência a parte e se for optar por Marrakesh, escolha bem pois existem alguns muito incríveis (veja o post “Hotéis especiais em Marrakesh”). Além disso, tem atrações fora da Medina como os Jardins de Majorelle e Menara, por exemplo, que valem a visita.

Mas acima de tudo, a Jemaa El Fna Square, um dos mercados mais fascinantes do mundo, repleto de cores e sabores, te permite apreciar tudo o que é local mais os macacos e cobras pra turista ver. Então sem dúvidas é um dos grandes motivos pra essa visita.

Então a conclusão é pessoal, nem eu tenho certeza sobre a minha resposta pois isso varia um pouco de acordo com os interesses ou mesmo a sorte que cada um teve em suas experiências, o importante é notar que ambas são incríveis, tanto em sua cidade velha quanto na nova. Talvez eu resumiria assim: se for em Lua de Mel, em casal ou em busca de uma experiência rica ou mesmo com certo luxo ou glamour: Marrakesh, se for de mochilão  ou à procura de um lugar mais genuíno (não é tão “feita” pro turismo quanto a anterior): Fez

Não que em Fez não tenha luxo ou Marrakesh não tenha Hostels e experiências genuínas, é só pra tentar consolidar a ideia em exemplo então infelizmente tive que recorrer a esses rótulos.

 

Souks de Marrakesh ou o de Fez ?

 

Pra mim, sem dúvidas o de Marrakesh, além da beleza de suas lanternas, me encontrei lá com muito mais facilidade, tudo surge a partir da praça Jemaa El Fna. Já em Fez, como disse acima, é mais genuína e não tão voltada ao turismo, então seus mercados são de verdade, para os locais, logo em muitas das minhas horas me perdendo pelos labirintos, eu me deparava com cabeças de camelo, pé de vaca queimado, hortifrútis, roupas e objetos made in China, enquanto o de Marrakesh fez minha vida muito mais fácil, logo fui capaz de identificar o souk onde encontraria artesanato, lanternas, antiguidades, etc.

Souk em Marrakesh- O paraíso das luminárias

Souk em Marrakesh- O paraíso das luminárias

 

Por exemplo, em Fez que possui a Medina mais linda também segundo os locais, você entra pelo portão principal da Fez el-Bali e mesmo após várias tentativas, foi muito difícil encontrar os souks mais interessantes, até que margeando o Rio, á esquerda, consegui adentrar a áreas do cobres e por ali chegar até o Henna Souk, além disso eram só coisas fabricadas, como roupas, objetos ou as vezes comida, nada comparado com a de Marrakesh que tem muita riqueza de opções e por incrível que pareça mais originais. Ao anoitecer quando as lojinhas começam a se fechar, na praça que antecede o de Marrakesh, vira um grande fascinante mercado a céu aberto com seus encantadores de cobras e macacos, uma ou outra bolsa falsificada, mas muitas lanternas, artesanatos, espelhos decorados, etc , ao passo que a de Fez adormece e senhoras locais fazem espécie de brechó colocando a venda roupas e objetos de casa usados empilhados no chão.

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Entrada Medina de Fez

 

Ou seja, cada um tem seu valor, como no caso eu queria ver coisas bonitas e atraentes pra quem sabe comprar, Marrakech foi muito fácil enquanto Fez apesar de guardar mais sua originalidade, tem suas áreas com coisas atrativas também mas pelo menos o acesso é mais difícil e assim a impressão que passa é que seu comércio tinha muita coisa ocidental fabricada, coisas simples, mas como ali o foco é os locais, eram coisas que de fato eles precisam. Além de ter a belíssima atração que é o curtume, a meu ver!

 

Com ou sem guia?

 

Sem guia você se perderá algumas vezes e será brigado a pedir informações e logo, sofrerá tentativas de extorsão. É um saco… Uma simples pergunta gera sempre aquele papo: “Te levo até lá, somos amigos” ou “não vá ao lugar tal que é caro, vem aqui”…. Enfim, sempre com intenções de tirar algo de você de alguma forma. Então você fica muito suscentível e especialmente devido aos labirintos das Medinas. Além, claro, de que com um bom guia, você obtem um conhecimento que não adquirirá sem ele, limitando sua experiência.

Mas…Mais uma vez, amo o Marrocos, é um dos meus destinos favoritos no mundo, mas, vamos combinar, tem lá seus defeitos! Uma vez, perguntei onde era o Hotel (estava em frente e não havia percebido), ele me fez fazer uma volta ridícula, enorme pelas vielas carregando 2 malas de carrinho, além disso, ele sempre (literalmente) tomando a mala de mim pra carregar e eu frisando que não o pagaria por isso. Outro discurso foi o de que precisaríamos de guia pois seria impossível conhecer a Medina sem, mas que não ouvíssemos o que o pessoal do Hotel ia dizer pois só queiram ganhar dinheiro ás nossas custas. E que pra comer tinha que ser no restaurante da mãe dele pois no Hotel era caríssimo! Que ódio! Mesmo eu achando que fui “safa” e não dei nem 1 tostão a ele, logo depois descobri a volta enorme só pra parecer que um guia seria imprescindível, além da tentativa comercial de lavagem cerebral…

Ou seja, estando sozinho, você está sujeito a esse tipo de coisa. Estará sujeito também, a de fato ficar meio perdido especialmente na Medina e ser mais uma vez alvo de abordagens. No caso de mulheres, pode ser ainda pior (ver post “Uma Brasileira viajando sozinha pelo Marrocos”). E muitas vezes conseguem se aproveitar disso, seja com preços superfaturados, gorjetas que normalmente não precisaria dar e o mais óbvio perder informações pertinentes que facilitariam muito não só sua localização\roteiro, como a compressão da cultura e curiosidades locais, que isso sim não tem preço!

No entanto, com guia, em 80% das vezes é igualmente inconveniente. Mesmo os mais profissionais tem aquela mania (vi isso no país inteiro!) de dizer: “não compre aqui pois é de má qualidade” (e aí compraríamos só onde ele ganha sua comissão, claro!) ou então, o melhor lugar pra Óleo é aqui, pois o de Marrakesh é falsificado, quando chegar em Marrakesh: O Óleo original é de Fez, o de Marrakesh é chinês” . Ou seja, é irritante você contratar um guia pra não se aborrecer e ele te ensinar as melhores coisas e perceber que ele também não joga só do seu lado.

Talvez pra consolidar, eu diria que em Fez eu teria um guia, pois lá não estão tão abertos ao turismo, as pessoas não dão tantas informações como em Marrakesh,  ou ao menos, não de graça, além de achar esse segundo Souk bem mais fácil de se encontrar.  Já Marrakesh consegui fazer tudo sem guias, o que é um alívio!

 

Cuzcuz ou Tagine?

 

Isso é uma brincadeira, claro que não terá que escolher entre os dois, mas é só pra falar um pouco da comida local e te lembrar que ambas são a base da alimentação no Marrocos, então SEMPRE a oportunidade será comer um dos 2.  São deliciosos! O CuzCuz vem da semolina granulada e a ele adicionam algumas especiarias, uvas passas etc. Enquanto o Tagine é feito também em uma panela especial, meio no formato de pirâmide, onde colocam o elemento principal, geralmente alguma carne (vi muito frango e as vezes carneiro) e depois o cobrem com legumes, ficando no formato de uma pirâmide mesmo e cozido tudo junto, o que ajuda no sabor! Geralmente o açafrão é presente em todas essas refeições, assim como o azeite.

Para servir, esses pratos são colocados no centro da mesa e aí é o “salve se quem puder”, cada um pega do mesmo recipiente. Nas refeições geralmente vem o pão de acompanhamento e o chá tradicional de lá é sempre oferecido ao final ou como cortesia quando se visita alguém por exemplo, como o nosso cafezinho!

O café da manhã é muito baseado em opções doces, eles têm um pão típico local assado na hora muito bom, mas o acompanhamento é sempre com geléias e outras opções de croassant, sempre doce.

 

Tagine

Tagine é esse prato que vem em baixo de uma tampa em formato de cone e muitas vezes como nessa da foto, o cuzcuz é um dos elementos que o compõe. Nesse caso, está abaixo dos legumes.

 

Ainda ficou com dúvidas? Leia algumas dicas do que é preciso saber antes de ir pro Marrocos aqui.

 

 

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