Amsterdam: guia completo sobre o que fazer em 3 dias

roteiro

Amsterdam: guia completo sobre o que fazer em 3 dias

POR Pedro Guedes

17 de fevereiro de 2016 às 20:56

Se me fosse pedido para responder qual é a minha cidade preferida no mundo, eu diria que isso não é pergunta que se faça. É igual pedir pra mãe escolher entre um dos filhos. Digo isso porque de fato eu vivi momentos inesquecíveis em diferentes lugares durante esses últimos dois anos em que morei na Europa. Mas se insistissem, pelo conjunto da obra, eu iria de Amsterdam.

Eu cheguei em Amsterdam em Julho de 2015, em um ônibus vindo de Bruxelas. Parei longe, peguei um trem e logo estava na Estação Central, no meio do vuco vuco da cidade. Bem cansado apanhei um daqueles lindos bondes direto para a região do Vondelpark, meio que ao sul da cidade, onde eu estava hospedado. Ou seja, na minha primeira meia hora em Amsterdam eu cruzei todo o centro turístico da cidade. E não é exagero dizer, que em trinta minutos eu estava com-ple-ta-men-te apaixonado!

Cara, estar em Amsterdam é como se ver no meio de um filme com uma direção de arte muito foda. A arquitetura e o projeto urbanístico da cidade são coisas difíceis de se encontrar em outro lugar. Ela é toda cortada por canais, que dividem o espaço com centenas de pontes e pequenas ruas, onde bondes, carros e bicicletas circulam na mais perfeita harmonia. E as bicicletas, puts eu preciso falar das bicicletas. Esse é o principal meio de transporte daqueles que nascem em Amsterdam! Você vai ver milhares de pessoas para lá e para cá andando nelas. Inclusive muito cuidado para não ser atropelado por uma – até hoje ouço o trim trim das buzininhas! E o grande barato é que todas elas tem um estilinho meio old fashion que são um charme. Eu ainda não falei das pessoas? Eu preciso dizer que por lá eu vi a maior concentração de gente linda, descolada e estilosa da minha vida. E isso encheu tanto meus olhos que no terceiro dia chegou a me dar raiva. Enfim, nada em Amsterdam é óbvio e te digo que a cidade tem tudo para te marcar pra sempre.

Eu preparei aqui um roteiro bem especial para você aproveitar três dias na cidade. Ela não é tão grande e, para mim, o melhor meio de transporte foi andar a pé mesmo. Você também pode usar os bondinhos ou alugar uma bicicleta, mas eu particularmente gosto de ir andando e me perdendo pelo caminho. Inclusive essa é uma boa abservação a se fazer. Como o plano urbano da cidade é bem diferente ao que estamos acostumados, tudo vai parecer meio igual e você vai se perder muito. So take it easy!

Outra coisa: você deve estar se perguntando por que eu não toquei nas palavras “drogas” e “prostituição” até agora. A minha resposta é: a cidade é MUITO MAIS QUE ISSO. Conversei com MUITA gente que foi para lá e não conheceu nada de Amsterdam por que ficou dias enfurnado dentro dos coffee shops fumando maconha. Não preciso nem dizer que isso é um puta desperdício, né? Mas também não vá pensando que esse é um roteiro careta. Mais pra frente falo do Red Light e dos coffee shops de uma forma bem honesta, direta e liberal. Chega de lenga lenga e vamos ao roteiro.

1° DIA

PASSEIO DE BARCO PELOS CANAIS

A melhor pedida é começar com um reconhecimento de terreno. Como a cidade tem esse jeito meio diferentão, vai ser bom para você ter uma noção geral, além de ser um programa lindíssimo. As principais companhias são Blue Boat Company, Holland International Canal Cruises, Gray Line, Canal Bus Orange Line, Rederij Lovers e See Amsterdam Canal Tours. Os preços normalmente vão de €8 a €16.

MUSEU DE TECNOLOGIA NEMO

É um museu de ciência e tecnologia localizado em um edifício em formato de navio. Antes mesmo de entrar no museu é possível pegar uma escadaria que dá direto a um terraço no topo do prédio, onde tem sofás, almofadas e mesinhas e é possível ficar admirando a vista. O Nemo em si aborda o tema ciência, mas de uma forma bem criativa, visual e interativa. Inclusive é um passeio muito bom para se fazer com crianças. Ele fica aberto de terça a domingo, de 10h às 17h30. O preço de entrada é 15 euros. Para crianças com menos de 4 anos é de graça e para quem tem carteirinha de estudante ou o I Amsterdam Card é €7.50.

Outras informações: www.e-nemo.nl

NAVIO DA COMPANHIA DAS ÍNDIAS ORIENTAIS

Já de cima desse terraço do Nemo dá para ver o navio. Ele é uma réplica daquelas embarcações antigas do século XVII que velejavam até a China, Japão e Indonésia sempre em busca de especiarias que depois seriam comercializadas na Europa. Se você era um bom aluno vai lembrar disso das suas aulas de História. Bom, eu acabei só vendo e tirando fotos do navio de longe, mas se você se interessar dá para entrar lá através do Museu Marítimo Nacional. As visitas são diárias, de 9h às 17h e os preços são €15 para adultos, €7,50 para estudantes e crianças de 5 a 17 anos e gratuíto para os menores de 4 anos.

Outras informações: www.hetscheepvaartmuseum.nl

VISTA DA OPENBARE BIBLIOTHEEK

A Biblioteca Pública de Amsterdan é interessante pelo seu acervo e pela arquitetura. É óbvio que estando em viagem você não vai ficar com a cara enfurnada em livros, mas circule por lá e observe os moradores locais absorvidos em seus estudos ou em reuniões de negócios. Quando fui, na ala para livros infantis tinha uma esculturas gigantes super legais. Em outro canto tinha um piano, quando de repente um homem comum sentou no banquinho, começou a tocar e simplesmente deu um show. Mas o barato mesmo aqui é a vista do café e restaurante no último andar. Dá para ver boa parte da cidade. E o melhor: é gratuíto! A Openbare Bibliotheek fica aberta todos os dias das 10h às 22h.

Outras informações: www.oba.nl

PASSEIO A PÉ PELO CENTRO DA CIDADE

Agora é a hora de bater perna, já que uma atração fica ao lado da outra. Comece pelo prédio da Estação Central e se surpreenda com o mar de bicicletas que ficam estacionadas por lá.

Depois desça pela Avenida Damrak, a principal via da cidade, até chegar à praça chamada Dam. Aqui vão dois avisos: 1) Essa região é muuuuito confusa e lotada de gente, uns turistas mais animadinhos, bicicletas, pombos e etc. Portanto não se assunte. 2) Dam é a praça central da cidade e ponto de encontro da maioria dos walking tours. Lá também fica um daqueles famosos letreiros escritos “I AMSTERDAM”. Aposto que você é louco para tirar uma foto lá e estava curiosíssimo para saber sobre ele! Aí vai a minha dica: como essa região é muito lotada de gente, nem perca tempo batendo fotos lá. Toda hora alguém vai parar na sua frente e você não vai nem conseguir um bom recuo que dê um efeito bacana. Tá aí embaixo a minha “melhor” foto, que não me deixa mentir. Nos jardins do Rijksmuseum fica outro letreiro igualzinho, mas com um entorno muito mais interessante e com muito mais espaço para você tirar aquela foto que vai render centenas de likes! Te dou as coordenadas no post sobre o 2º dia em Amsterdam. No mais, no meio dessa confusão você vai poder ver as igrejas Oude Kerke e Nieuwe Kerk, e o museu de cera Madame Tussauds.

RED LIGHT DISTRICT

Ok, tirem as crianças da sala porque chegou a hora de separar os homens dos meninos. O Red Light District, ou Bairro da Luz Vermelha, é aquela região que fez a má fama de Amsterdam e que sempre provoca uns rizinhos por aí. É lá onde as prostitutas se exibem nas vitrines atrás de rapazes valentes dispostos a pagar por sexo, hehe. O pai aqui te explica como a coisa toda funciona. Mas antes vou te contextualizar sobre o ambiente. Diferente do que eu esperava, tendo em mente o que a gente sabe sobre zonas de prostituição no Brasil, o Red Light não é um ambiente pesado. Tudo bem que eu sou muito open-minded e você talvez pode não ser, mas eu imaginava um lugar escuro e com gente mal encarada. Não foi nada disso o que encontrei. Juro que eu estava andando distraído pelas ruas, com centenas de turistas ao meu lado – inclusive famílias com mães empurrando carrinhos de bebê -, quando do nada me deparei com uma prostituta em uma vitrine. É que como eu já falei, as ruas de Amsterdam são labirintos, então você vai adentrando no Red Light sem nem perceber. Então não vá com muitas neuras. No mais vai aqui aquele velho alerta que você já deve ter ouvido por aí: É EXTREMAMENTE PROÍBIDO TIRAR FOTOS. Nessa de ir se perdendo pelo bairro sem nem perceber, teve uma hora que estávamos passando por um bequinho quando uma menina tirou a câmera para fotografar algo qualquer. Quando vê, sem que a gente tivesse se dado conta de que estávamos em um dos becos onde existem as vitrines, escutamos um barulho de alguém batendo num vidro. Era uma das prostitutas mandando ela guardar a máquina. Enfim, relatos contam que a coisa pode ficar feia caso você não cumpra essa regra. No mais, vai aí uma dica de ouro: faça o walking tour especializado no Red Light promovido pela Sandemans New Europe. É a melhor forma de conhecer o lugar caso você esteja se sentindo um pouco inibido. E é interessante porque o guia vai te dar informações sobre o aspecto político da coisa toda e, o mais importante, te alertar sobre algumas atrações “pega-turista” que você vai ver por lá, como os tão falados Museus do Sexo, por exemplo. Por fim, algumas impressões, informações que obtive e coisas interessantes que vi por lá: 1) Alguns amigos disseram só terem visto prostitutas feias, as que eu vi eram lindíssimas; 2) Em geral elas são até meio discretas, só ficam lá na delas esperando alguém abordá-las, mas teve uma que virou pra mim e disse “hey, you” enquanto levava a mão à boca, fazendo um movimento de sexo oral LOL; 3) De acordo com o guia, os preços dos serviços começam em €50, o que te dá direito a 15min de sexo oral. Mais do que isso você vai pagar muito e tudo é feito com precisão e frieza cirúrgicas; 4) Vi uma loja/museu de preservativos que vendia camisinhas para tamanhos de pênis que, tenho certeza, não existem na espécie humana; 5) Existem centenas de sex shops que vendem objetos com propósitos tão variados e filmes com temas tão diversos que, caso você ache algo que te agrada por lá e dependendo do que for, talvez seja melhor marcar uma consulta num psicólogo; 6) Para não dizer que não fomos em nenhuma dessas atrações “pega turista”, no final do tour o guia parou em um lugar e recomendou que cada um do grupo entrasse em uma cabine, onde deveríamos colocar uma moeda de €2 em um daqueles espaços de inserir fichinhas. Repentinamente uma janela se abriu e, lá dentro, em cima de uma cama giratória, tinha um casal fazendo sexo ao vivo com uma cara de não-vejo-a-hora-disso-acabar-e-ir-pra-casa-por-minha-lasanha-no-microondas-e-ver-TV.